segunda-feira, 8 de abril de 2013

Entrevista com Jack Antonoff





Você é um dos maiores apoiadores da comunidade gay, e você foi muito franco sobre isso. Quando e por que os gays se tornaram tão importantes para você?


Eu gostaria que houvesse uma grande história ou uma resposta poética, mas eu não sei como alguém não poderia ser franco e enfurecido com qualquer violação dos direitos humanos. 
Se o governo decidir tirar amanha alguns direitos dos judeus ou dos negros, ninguém diria: "Como você se envolveu com os direitos humanos dos judeus, blá blá blá?" Seria apenas esta violação universal e estaríamos em pé de guerra. Mas a questão dos direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais, é que a discriminação é tão normal para nós que dificilmente percebemos como é vergonhosa a maneira que tratamos esses cidadãos. Qualquer pessoa que esteja remotamente consciente, está falando de lutar por direitos iguais.


É difícil para algumas pessoas entender que você não precisa ser gay para se preocupar com os gays. É esse o caso para você e a banda?

Cem por cento. Essa é a grande coisa: Nós estamos menos preocupados com a Igreja Batista de Westboro, porque nos estamos apenas com o cidadão americano que tem um bom coração e é muito inteligente, mas não é completamente informado sobre as questões (dos gays), e se essa pessoa soubesse de tudo iria se levantar e lutar. Acho que a maioria dos americanos não têm problema com as pessoas homossexuais. Eles só pensam: "Ah, eles têm uniões civis e nos temos o casamento - Qual é a diferença? Quem se importa?." Eles não percebem que mais de 1.000 direitos são negados. Eles não pensam nos direitos de adoção ou de trabalho. A razão para a banda estar tocando no assunto é que se você tem qualquer tipo de atenção da mídia em 2013 nos Estados Unidos - ou em qualquer lugar do mundo - você deve estar usando isso para discutir os direitos humanos para que todas as pessoas sejam tratadas igualmente.

Então como uma celebridade você tem a responsabilidade de falar?

Com certeza. É uma vida muito estranha. Figuras públicas merecem privacidade. Eles não merecem ser lançados ao fogo apenas porque têm uma audiência. Quero dizer, nós estamos aqui, porque somos artistas e somos compositores. O que eu faço é o que eu sou, e eu entenderia se alguém só quisesse colocar para fora o que está lá para ser colocado para fora. Mas é apenas uma daquelas gerações complicadas. Dez ou 15 anos atrás era um pouco diferente, porque naquele momento nós estávamos a uma certa distancia da "curva do conhecimento" e não compreendíamos realmente o que estava acontecendo. Mas agora, em 2013, temos todas as informações e vimos os efeitos da homofobia e vimos os efeitos de negar os direitos dos cidadãos. É apenas um tempo em que eu não acho que nenhum de nós tem o luxo de não se manifestar. 

Como um aliado direto na luta pelos direitos dos homossexuais, você acha que o efeito que você tem sobre a causa não seria o mesmo se você fosse gay ?

É tudo sobre o poder que cada um tem, com base em quem somos e de onde viemos. Obviamente, as pessoas LGBT tem o poder que vem com o fato de serem oprimidos. Aqueles que tem negado seus direitos acabam tendo a voz mais inspiradora na sua luta. Mas além disso, há um poder diferente que vem com uma pessoa que não tem seus direitos negados, mas ainda se preocupa e vai lutar por eles como se fossem seuspróprios direitos.  Ser direto e defender os direitos dos gays é uma declaração que diz que "esta é uma questão de todos." Nós não somos todos livres, a menos que todos nós sejamos livres. Só porque eu nasci na classe de elite dos americanos heterossexuais que têm direitos máximo não significa que eu não vou lutar  como se fossem os meus direitos sendo negados. 

Alguma canção do Álbum "Some Nights" foi escrita com a comunidade gay em mente?

Não inicialmente e não diretamente, além de "One Foot", que fala sobre estar no armário, da igreja e as coisas ofensivas que vêm de lá. Mas elas são canções sobre sentir-se separado, que falam sobre o sentimento deixado de lado e de se sentir triste consigo mesmo. Esse é o tema do álbum. Essa é a idéia de tudo isso: continuar e seguir em frente. 

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